sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

O segredo para pregação poderosa (Dr. David Murray)

Tradução do artigo The secret to powerful preaching do Dr. David Murray



Não há segredo algum por detrás da pregação poderosa - além da oração em segredo. O maior erro que podemos cometer como pregadores é pensar que podemos aprender a pregar de forma poderosa nos livros, seminários, ou palestras sobre pregação. Não, para que a pregação seja poderosa ela deve ser precedida, acompanhada, e seguida de oração.

É a oração que dá realidade aos nossos sermões. Ela faz Deus real para nós - Sua santidade, Seu poder, Seu amor. Ela faz o pecado real para nós. Ela faz o céu e o inferno real para nós. Ela faz a eternidade real para nós. Tal realidade transforma meras conferências, palestras e estudos bíblicos em sermões vivos, que promovem mudança de vida. Isso não pode ser aprendido nos livros, produzido artificialmente ou imitado.

É uma péssima experiência se dispor a pregar sabendo que você mal ourou a respeito do sermão; que você gastou muito tempo preparando o sermão e quase não gastou tempo preparando a si mesmo. Poucas coisas drenam o poder de um sermão quanto uma preparação de uma pregação sem oração.

Eu tenho certeza que todos nós oramos em alguma medida antes de iniciarmos a preparação do sermão, e, eu espero, em períodos regulares durante o processo de preparação. Mas, e sobre orar quando completamos a preparação? Eu receio que freqüentemente nós simplesmente pegamos o nosso sermão concluído e corremos para o púlpito com ele.

Ore antes de pregar

Eu sugiro que se gaste um bom tempo (talvez 15-30 minutos a princípio?) em oração sobre o seu sermão antes de pregá-lo. Revise cada seção aplicando-o a si mesmo.
  • Se você for ensinar uma virtude, ore pelo desenvolvimento dessa virtude na sua própria alma.
  • Se você for pregar sobre um pecado específico, confesse os seus próprios pecados nessa área.
  • Se você for ensinar sobre a pessoa de Cristo, gaste um tempo adorando a Cristo por este determinado aspecto do Seu caráter.
  • Ore pelo correto espírito e estilo, para cada seção. (Tente sentir o sermão em sua própria alma.)
  • Ore por coragem em cada seção onde o temor dos homens possa intimidá-lo.
  • Ore para que você seja poupado da ira se você estiver condenando um determinado pecado na sua congregação.
  • Ore pelas pessoas que você pretende endereçar em partes específicas do sermão.
  • Ore para que Deus o ajude a antever como certas pessoas possam entender mal o que você irá dizer.
  • Ore por ajuda com o tempo.
  • Ore por ajuda em seções complicadas.
  • Ore por ajuda para identificar quais assuntos ficarão de fora.
  • Ore por ajuda para lembrar a mensagem.
  • Ore para que o Espírito de Deus lhe conceda pensamentos e palavras extras que você não preparou.


Ore depois de pregar

É um bom hábito separar-se para orar assim que você chegar em casa, antes de se distrair com outros compromissos. Sua oração deve ser ou de agradecimento ou de confissão. Ela poderá ser um pedido por mais humildade ou mais encorajamento. Contudo, também deve ser sobre aqueles que o ouviram, para que a semente lançada seja protegida e regada e que produza frutos vindouros. Porque é que nossas orações antes da pregação são geralmente mais longas e mais usuais do que as nossas orações depois da pregação? Em parte pode ser que seja pela cansaço natural dos nossos esforços. Mas, as vezes, possa ser simplesmente porque o nosso próprio ego e reputação não estão mais em jogo!

Ore durante a pregação

Nós devemos cultivar a prática de não somente orar antes e depois da pregação, mas também durante. Depois de cada seção, ou talvez até antes de cada subseção, o pregador deve brevemente pausar e em silêncio orar que para Deus abençoe o que acabou de ser dito e para que Ele guie o que ainda está para ser dito. Se você usa anotações, porque não inserir a palavra "ORE" entre cada ponto do esboço para lembrá-lo? Em breve isso se tornará um hábito inconsciente e espontâneo. Orar durante o sermão nos lembra da nossa necessidade, mas também de que não estamos sós.

domingo, 7 de novembro de 2010

Acaso a TV é Realmente Tão Ruim Assim? (Pr. Joel Beeke)

Tradução para o português do artigo Is TV Really So Bad do Pastor Joel Beeke.


(Nota do tradutor: Acredito que muito do que foi escrito neste artigo pode hoje ser perfeitamente aplicado a outras formas mais modernas de entretenimento, tais como COMPUTADOR, VIDEO-GAMES, INTERNET, YOUTUBE, JOGUINHOS ONLINE, etc. Portanto, sugiro que ao ler este artigo, tenha também em mente estas as outras opções de distração, além da TV)


Estamos vivendo em um mundo contaminado pelo pecado, moralmente degenerado e louco por prazer. Nossa sociedade cada vez mais anseia por entretenimento, divertimentos e passatempos.

Qual é o objetivo deste espírito de “entretenimento-sem-parar”? É manter o homem moderno alegremente ocupado.

Em certo sentido, o entretenimento atinge o seu objetivo. Ele de fato mantêm milhares e milhões de pessoas ocupadas.

O próprio sentido das palavras revelam este fato. A palavra “diversão” vem originalmente do francês e significa literalmente “olhar fixamente para impedir a reflexão ou o pensar.” A palavra “passatempo” dispensa explicação. Significa matar ou usar o tempo como uma coisa de pouco valor, simplesmente para fazer o tempo passar. A raiz da palavra “entretenimento” significa “desviar”. Assim, isso implica em algo que nos afasta ou desvia-nos do mundo normal, da vida real cotidiana.

Em outras palavras, entretenimentos, brincadeiras, passatempos são coisas que nos mantêm ocupados – ocupados evitando a realidade da vida e a verdade definida na Santa Palavra de Deus. Estas coisas nos mantêm ocupados impedindo que pensemos na eternidade, no inferno, no paraíso, no pecado, em Deus, em Cristo, na salvação, sobre nós mesmos, e especialmente na necessidade que temos de um novo coração.

Mas se o entretenimento consegue atingir seu primeiro objetivo de manter o homem ocupado, ele falha miseravelmente em seu segundo objetivo: manter o homem alegremente ocupado. Nunca houve tanta inquietação, insatisfação, e sim, infelicidade – apesar dos milhões de pessoas que mergulham de cabeça no entretenimento moderno. Apesar de nossa libertação da pobreza, da nossa variedade de oportunidades em quase todos os aspectos da vida e, além disso, do nosso sorver contínuo de entretenimento – nenhuma Era têm sido tão infeliz quanto a era do homem moderno.

O entretenimento nunca satisfaz – ele sempre deixa uma sensação de vazio para trás. Quanto mais ele é praticado e quanto mais se depende dele, mais vazio ele se torna.

Ele transformou a nossa sociedade em um objeto digno de pena, porque somos vítimas do nosso próprio sistema. A sociedade percorre o ciclo completo, da “fome pelo prazer” passando pela “mania de prazer” até o “tédio no prazer”.

Mas você sabe o que é ainda pior? Não só o mundo, mas também a igreja começou a descer na ladeira escorregadia do entretenimento que só pode terminar em pecado, e em resultados desastrosos.

Satanás não se satisfaz apenas com as igrejas liberais. Ele também em nosso meio. Nós que acreditamos que a verdade ainda é pregada em nosso meio – que conhecemos tão bem o que está escrito na Palavra de Deus: “Desviar-se de toda aparência do mal”, que lemos sempre, “Não terás outros deuses diante de mim” – também estamos começando a nos tornar vítimas do deus idólatra do entretenimento.

Passo-a-passo, alguns estão começando a procurar novidades (dentro e fora da igreja) que possam nos entreter e nos manter ocupados. Passo-a-passo a antiquada mensagem do evangelho simples, com sua ênfase na necessidade de conversão, está cada vez mais sendo esquecida. Muito menos tempo tendo sido gasto orando juntos como família, lendo livros religiosos com os nossos filhos, conversando sobre assuntos espirituais no círculo familiar.

Acaso não somos todos culpados? Acaso todos nós não falhamos em vivenciar a realidade da seriedade da vida, da morte, do juízo final e da eternidade? Hoje em dia vivemos em uma sociedade despreocupada, de galhofa, mas você nunca leu na Bíblia que Jesus considerou a vida como algo suave. Pelo contrário, com referência especial aos nossos dias, Ele disse: “Vigiai e orai, para que não entreis em tentação”

Contudo, pela nossa natureza, nós não vigiamos. A pergunta que costumamos fazer é: “Até que ponto eu posso ir sem cometer pecado?” ao invés de, “Até onde posso fugir do pecado e evitar a aparência do mal?”

No cerne do espírito moderno do entretenimento está a TELEVISÃO (ver nota do tradutor). Este é um fato óbvio. Hoje os aparelhos de televisão estão em 97% dos lares dos norte-americanos e 91% do tempo total diante da TV é dedicado exclusivamente para fins de entretenimento. Vício em entretenimento e vício em televisão não podem se separar um do outro.

A nossa sociedade tornou-se viciada em TV. Nas noites em que as mulheres não saem de casa, 95% delas vão gastá-lo assistindo TV e 85% de seus maridos farão o mesmo. Entre os adolescentes, 80% vão seguir o exemplo de seus pais, e 75% das crianças irão passar a noite bebendo do pecado exibido na TV.

Há pessoas, no entanto, que não acreditam que a televisão se torna um objeto de escravidão no lar, e por essa razão temos que considerar o seu poder nos lares onde ela entra. Vou tentar mostrar-lhes a partir de fatos simples que um dono de uma televisão em geral se torna viciado em TV com relação a (A) TEMPO, (B) PECADO, e (C) CONTROLE.

(A) TEMPO. Um telespectador comum gasta em média 5  horas e meia por dia assistindo televisão. Quando um jovem americano comum chegar aos 65 anos de idade, ele terá gasto 14 anos de sua vida assistindo TV (em comparação com apenas um ano na igreja, escola dominical e catequese, se ele freqüentar assiduamente todos estes). Nos EUA as crianças de 3 a 5 anos gastam 54 horas por semana assistindo TV, o que representa 64% do seu tempo total acordado. Quando um estudante conclui o ensino médio aos 17 anos de idade, ele terá gasto 11 mil horas de sua vida na escola, porém terá gasto 22 mil horas assistindo TV. Toda vez que um adulto se senta para assistir TV, ele ou ela fica em média 3 horas e meia assistindo antes de desligá-la. As crianças ficam grudadas na TV em média por 2 horas e meia por sessão. Com exceção do tempo gasto dormindo, o americano comum gastará mais tempo em sua vida assistindo televisão do que em qualquer outra coisa – sim, mais tempo na TV do que trabalhando. Acaso nossa sociedade não é viciada em TV com relação ao nosso precioso tempo dado por Deus?

(B) PECADO. A TV é uma enxurrada de pecado. Ela entorpece seus observadores contra todos os dez mandamentos.

Primeiro mandamento: Tudo o que colocamos acima de Deus se torna um ídolo. O homem moderno tornou-se viciado em TV priorizando-o em relação à Deus.

Segundo mandamento: Na prática a TV tornou-se uma imagem esculpida nos corações da maioria dos seus telespectadores.

Terceiro mandamento: A TV faz com que seus ouvintes se acostumem a ouvir o nome do Senhor ser usado em vão. A profanação é utilizada tantas vezes que ela se torna uma coisa inofensiva. Poucos telespectadores percebem que cada vez que eles de bom grado vêem e ouvem essas coisas, todos estes pecados são atribuídos à eles, em virtude de sua participação voluntária.

Quarto mandamento: Até mesmo o Dia do Senhor não é santo o bastante para os viciados em TV conseguirem mantê-la desligada, e mesmo uma pequena parcela que a mantêm desligada por causa da consciência, geralmente nutrem o desejo e o anseio por ela mesmo no Dia do Senhor.

Quinto mandamento: A TV faz tudo menos honrar pai e mãe. Ela sempre degrada a paternidade e a maternidade, e até mesmo freqüentemente glorifica a desobediência dos filhos. A vida familiar, o respeito à autoridade e obediência ao governo são repetidamente violados nos programas de TV.

Sexto mandamento: Ao invés de “não matarás”, um estudo chegou à conclusão que ao completar 14 anos de idade uma criança já foi exposta à pelo menos 18.000 ataques violentos e assassinatos. Outro estudo confirmou que uma criança comum entre 5 e 13 anos de idade engole 1.300 assassinatos a cada ano, de tal modo que a violência, assaltos e assassinatos não transmitem mais a mensagem do pecado e suas conseqüências. Assassinatos, ódio e ações e palavras violentas passaram a assumir o papel de um comportamento normal. Um programa infantil comum contém em média trinta e oito atos de violência por hora (programas de adulto: vinte). Um juiz da cidade de Nova York, que passou a sua vida inteira nos tribunais julgando menores delinqüentes e adolescentes criminosos disse claramente que aqueles que investigaram a situação sabem que a TV é a principal causa do crime. Outro juiz disse: “Pais, uma hora de televisão pode ensinar a seus filhos mais sobre crime, rebelião e sexo do que vocês podem compensar em meses, se vocês se dedicarem a isso.”

O problema com a violência na TV é que ela não mostra as suas reais conseqüências. A culpa que fica na alma do assassino, a família enlutada, as crianças órfãs, os hospitais cheios e os sepultamentos solenes não são exibidos. Especialmente nos programas infantis a violência muitas vezes é totalmente irreal. Seus heróis são freqüentemente esmagados ou despedaçados e, momentos depois, reaparecem incólumes. A TV glorifica a violência artificial em vez de mostrar a violência real com todas as suas horríveis e terríveis conseqüências de longo prazo. Acaso é de se espantar então que tem havido milhares de exemplos de tragédias em todo o país quando as crianças têm brincado de “TV” juntas?

Sétimo mandamento: Como pode o telespectador permanecer puro no que diz respeito ao sétimo mandamento, quando 7 em cada 8 referências ao ato sexual na TV acontece entre aqueles que não são casados? Como ele pode permanecer puro quando o telespectador assiste em média 3 vezes a cada hora uma cena de má conduta sexual entre adultos solteiros? Como ele pode manter a moral quando inúmeras circunstâncias, conversas, roupas indecentes, ações e comportamentos apontam para a excitação e a aceitação de pecar contra o sétimo mandamento de uma forma falsa e irreal?

Oitavo mandamento: Pode se passar uma hora na TV na qual os atores não furtem sem se envergonhar perante a sua audiência? Não é de se admirar que milhares de furtos na vida real têm imitado as artimanhas de heróis da TV.

Nono mandamento: Mentir para um vizinho se tornou uma forma de comportamento normal, aceitável, e até mesmo esperada em programas de televisão.

Décimo mandamento: Cobiçar é uma palavra desejável para os telespectadores. Constantemente eles são relembrados por meio de um fluxo interminável de anúncios de produtos que eles nunca serão felizes sem possuí-los. Há sempre algo que eles têm que possuir que eles ainda não têm. Os próprios programas não são uma exceção. Em muitos programas de TV o seu tema principal é um homem cobiçar a esposa de outro homem (ou vice-versa).

Do começo ao fim a TV glorifica o pecado. Na TV a única coisa que é “pecado” é a moralidade. A TV aplaude o pecado, aprova o pecado e força seus telespectadores a minimizarem o pecado através de dezenas de milhares de incontáveis repetições. A vida da família tradicional é constantemente desprezada como sendo antiquada: a paternidade é substituída pelo heroísmo através de caminhos pecaminosos; a maternidade é rejeitada como sendo algo que exige demais; obediência das crianças é ridicularizada por ser chata demais no entretenimento.

A TV tornou-se um catálogo de pecados e todos os estudos revelam que a coisa está ficando cada vez pior. Ela se tornou a sala de aula do diabo. O diabo é inteligente o suficiente para misturar a programação com um pouco de religião, e ocasionalmente até mesmo com um pouco de moralidade, para tranqüilizar a consciência o suficiente para que a TV não seja jogada fora. Acaso a TV não vicia nossa sociedade com respeito ao pecado quando ela fomenta a luxúria, perverte a moral, apresenta impurezas como se fosse amor, representa assassinato como sendo emocionante, exalta a nudez e a indecência como sendo beleza, e procura legitimar todo o tipo de pecado contra todos os mandamentos de Deus?

(C) CONTROLE. Neste ponto o vício se torna ainda mais grave. Milhares de brigas familiares ocorrem regularmente porque nenhum acordo pode ser feito sobre qual programa assistir. Nos lares americanos 35% das refeições são feitas na frente da TV. Todas as noites milhares de pais sabem que os programas que irão passar são desmoralizantes e prejudiciais para seus filhos, mas mesmo assim eles estão tão ansiosos por desfrutar o pecado que está contido nos programas que muitas vezes deixam seus filhos assistirem também, não tendo poder para controlar a TV.

Pessoas que dizem que podem controlar a TV geralmente estão falando idealisticamente, não de forma realista:

(1) Nosso coração natural ama o pecado, nossos ouvidos ouvem para o pecado, nossos olhos olham para o pecado. Isso é exatamente o problema com a TV. Não é o aparelho televisor em si que é o problema, mas é o nosso coração. A TV mostra o que o coração do homem quer ver. Nós já temos “TV’s” suficientes em nossos corações sem ter que comprar uma para a nossa casa. É o nosso “coração televisivo” que está inclinado à TV. Nós não nos consideramos superiores a um telespectador – exatamente o oposto. Queremos nos humilhar tanto ao ponto de confessarmos que não podemos confiar em nosso próprio coração com tal instrumento na nossa casa.

(2) Quem é capaz de impedir que o pecado brilhe diante deles na tela a qualquer momento, seja através do programa que está sendo observado ou através da propaganda?

(3) Pode uma pessoa que possui um aparelho de televisão há algum tempo e, conseqüentemente, tornou-se endurecido para muitos pecados, realmente estar qualificada para saber o que é necessário para “controlar”?

O homem não tem controle sobre a TV. A TV é que o controla. Um estudo que foi realizado irá provar este ponto. Cerca de quatro anos atrás, em St. Catharines, Ontário, a manchete do jornal dizia: $500 pagos para a eliminação da TV. O artigo explicou que um estudo foi feito em Detroit, no qual o objetivo era descobrir até que ponto as pessoas são controladas pela TV. 250 famílias foram cientificamente selecionados de diversas raças e classes e a elas foi oferecido 500 dólares para que eles vivessem sem o seu aparelho de televisão durante um mês. Depois de 30 dias eles receberiam a TV de volta, e receberiam os 500 dólares como prêmio. Dos 250, apenas 50 famílias concordaram em participar. Quantas famílias “conseguiram” atravessar esta provação de 30 dias? Apenas 8! As outras 42 perderam os 500 dólares em algum momento do mês – uma família pediu a sua TV de volta no dia 29. As 8 famílias que conseguiram foram entrevistadas extensamente. Todas disseram que a família ficou mais unida sem a TV. Seis pais disseram que aprenderam a conhecer os seus filhos. Um pai disse: “O dia que eliminados nossa TV de casa foi o primeiro dia em 25 anos que ninguém foi morto na sala de estar, nenhuma sirene soou, nenhum tiro disparou, nenhuma alegria artificial nos disse qual é momento que deveríamos dar risada, e ninguém esfaqueou mais ninguém.” E qual foi o resultado final dessas 8 famílias, das quais 7 disseram que sua vida familiar era muito mais gratificante sem TV? A última linha do artigo disse: “Todas as oito famílias pegaram a TV de volta”.

Vício em televisão. Saber que a TV faz mais mal do que bem, e ainda assim mantê-la – isso é escravidão.

Caro amigo, peço-lhe que se desfaça de sua TV hoje com os seguintes fundamentos:

(1) É contra a Palavra de Deus. No Salmo 119 o Senhor nos manda desviar os olhos da vaidade. Toda a Bíblia fala contra a televisão por causa de sua lista interminável de males.

(2) A pecaminosidade da televisão traz danos para a sua própria alma. Todos os estudos seculares e / ou religiosos revelaram os efeitos da TV. Já que você sabe que somos filhos caídos de Adão e Eva, corruptos e sujeitos a cair, porque você desnecessariamente alimenta sua própria natureza corrupta com ainda mais corrupção através deste instrumento de pecado?

(3) Estudos sobre a televisão revelam que a TV também prejudica o tesouro de Deus da vida familiar e da comunhão. Só isso já deveria ser motivo suficiente para eliminar a TV imediatamente.

(4) Ao manter a televisão você está pisando e lutando contra sua própria consciência.

(5) Você está desperdiçando seu precioso tempo dado por Deus, do qual você terá que prestar contas um dia. Não seria muito melhor que você gastasse o seu tempo lendo as Escrituras, bons livros ou ouvindo sermões gravados?

Faça um favor a si mesmo: pelo amor à Palavra de Deus, amor à Igreja, amor a sua própria alma, amor a sua família, por causa da sua consciência, se desfaça da sua televisão hoje. Faça isso permanentemente antes de se tornar seu escravo ao longo da vida.

Finalmente, que essa se torne a nossa oração com Davi: “Não porei coisa má diante dos meus olhos. Desvia os meus olhos de contemplarem a vaidade.”.
(Pilgrim's Gate; Condensado)

(Este artigo da Fair Dinkum, Free Autralian Magazine, edição 52. Todas as estatísticas foram retiradas a partir de estudos realizados entre 1979 e 1999).

Traduzido por Daniel Gomes Silveira (xdanielgs@gmail.com)

domingo, 25 de abril de 2010

Como Eu Pastoreio a Minha Família

Tradução para o português do artigo How I Pastor My Family do Pastor Justin Hyde.

Muitas pessoas me perguntam, “Como é o culto familiar em sua casa?” ou “Como você pastoreia sua família?” ou simplesmente, “Você ora ou lê a Bíblia com sua esposa e filhos?” Aqui está uma tentativa de responder a essas perguntas.

1. Rotina

Nossa família trabalha melhor com uma rotina. Minha esposa, eu, e nossos filhos temos uma programação semanal razoavelmente regular. Nossas “devoções” familiares se encaixam no ritmo e rotina de nossa casa (por exemplo, jantar, hora de dormir, etc.) Além disso, é importante notar que existem aspectos explícitos e implícitos de nossa devoção espiritual diária. A maior parte dos aspectos explícitos acontecem à noite, entre o momento que eu chego em casa do trabalho e a hora que eu vou dormir.

2. Noites Intencionais

Eu chego em casa do trabalho entre 17:30 e 17:45 todas as noite. Mas eu tenho que me preparar antes de 17:30, antes que eu possa adentrar a porta de casa. Embora eu esteja sempre cansado do meu dia de trabalho, eu tenho que me lembrar que a parte mais importante da minha vocação acontece após 17:30, não antes. Eu fico tentado a me desligar mentalmente à caminho de casa, algo que seria muito fácil. No entanto, tenho que conscientemente me preparar para dar mais energia, mais atenção e mais foco no momento que eu entro pela porta de casa e sou cumprimentado pelo meu filho de 5 anos, pela minha filha de 3 anos, pelo meu filho recém-nascido, e pela minha esposa do que nos demais momentos do dia. Isso requer oração, prática e intencionalidade. É fácil falhar.

Maridos/pais, não se desliguem à caminho de casa, esteja pronto para ser presente e dedicado, não deixe que seus filhos ou esposa o aguardem para ouvi-lo repetir: “Estou cansado”; desligue o telefone (recentemente eu li o seguinte: “Se você tocasse a sua esposa tanto quanto você toca em seu iPhone o seu casamento estaria em um lugar muito melhor.”); cancele a TV a cabo; se arrependa de seus vícios em novos projetos, passatempos e distrações.

Esposas, sejam graciosas, perdoadoras, aprendam e cresçam com o seu marido; Façam do seu lar um lugar convidativo e agradável; gerenciem o nível de estresse (por você e as crianças) antes do pai chegar em casa (por exemplo, não deixe a água ferver o dia todo para que a água não esteja transbordando bem na hora que o pai já está estacionando o carro).

3. Momento de Brincar

Nós jantamos às 18:00. Então, ao chegar em casa eu me dedico às crianças por 20~30 minutos. Raramente eu consigo dar cinco passos dentro de casa antes de ter um menino de 5 anos de idade em torno de minha perna esquerda e um de 3 anos de idade em torno de minha perna direita (e agora, muitas vezes, um bebê em meus braços). Pais, seus filhos estão prontos para vê-lo. Prontos para agarrá-lo. Prontos para beijá-lo. Prontos para brincar. Prontos para construir. Prontos para ler. E, é claro, sua esposa também precisa que você faça isso se ela estiver preparando o jantar ou simplesmente estiver precisando de uma pausa após seu longo dia. Maridos, lembrem-se diariamente que provavelmente sua esposa está mais exausta do que você às 17:30. Cuide dela também. Este é também um bom momento para ensinar aos filhos sobre como arrumar a mesa de jantar, ajudar a arrumar a sala de estar, honrar a mamãe, servir um irmão mais novo, etc. Mas principalmente esse é um bom momento para brincar.

4. Hora do Jantar

Nós sempre jantamos juntos em torno da mesa de jantar. Minha esposa é hospitaleira, criativa, atenciosa, tranqüila, e desejosa para adorarmos através de uma refeição compartilhada. Nossa mesa é freqüentemente decorada com velas, e às vezes flores. Nós bebemos vinho. Nós celebramos. Nós rimos. Nós contamos piadas. Fazemos brincadeiras. Nós comemos uma comida excelente. Muitas vezes, quase sem exceção, desfrutamos de uma sobremesa. Nós damos as mãos para orar. Nós aproveitamos o momento sem pressa. Nossas crianças estão vendo, aprendendo e saboreando tudo isto.

5. Limpeza

Geralmente depois do jantar nós limpamos a mesa (às vezes esperamos até que as crianças estejam dormindo). As crianças ajudam com os pratos, a tirar as coisas da mesa, e a limpar. Não demora muito para que o retorno obtido em relaxamento e concentração faça valer o preço da limpeza. No entanto, independentemente de nós limparmos agora ou mais tarde, a nossa atenção é dedicada às crianças entre 17:30 e 19:30. Depois do jantar, nós jogamos. Nós lemos. Nós construímos torres. Fazemos aventuras. Exploramos. Fazemos cócegas.

6. Hora da Biblia

Às 19:15 todos nós começamos a desacelerar e eu digo aos pequenos: “mais 15 minutos de ____, e, em seguida será 19:30”. Meus filhos sabem exatamente o que eu quero dizer. Às 19:30 é a hora da Bíblia. Todos se reúnem na sala (se já não estamos lá), pegamos a Bíblia, e os pequenos sentam no meu colo. Durante a maior parte do tempo, lemos a Bíblia ESV Ilustrada para Família. Esta Bíblia usa o texto ESV real, mas as histórias são selecionadas e as imagens são grandes e coloridas.

Recentemente, começamos a usar a Bíblia Para o Pequeno Leitor só porque Jonas recebeu como presente de Natal. Esta é uma ótima Bíblia também, mas não é o texto ESV real, que eu prefiro. É uma versão da Bíblia para jovens leitores. Nosso filho de 5 anos de idade pode lê-la facilmente, e às vezes eu o deixo ler durante o nosso momento devocional, embora raramente. Nesta fase, penso que é importante para mim conduzir esse momento e apascentá-los ao ler em voz alta. A grande vantagem sobre a Bíblia Para o Pequeno Leitor são as perguntas e respostas depois de cada seção. Muito útil.

Pais, é importante que você reúna a família. Não force a mamãe a ter que ficar de olho no relógio, a ficar sempre esperando por você, ou insistir com você para começar. Reúna a família. Pegue a Bíblia. Saiba onde/o que você está lendo. Conduza sua família. Mulheres, isto pode ser novo ou desconhecido para muitos pais. Pegue leve com eles. Encoraja-o. Honre a sua liderança. Não a desfaça. Não critique. Seja um modelo de respeito e amor por seus filhos verem. E lembre-se, as crianças estão observando.

7. Perguntas & Respostas

Depois de lermos uma porção da Escritura eu faço perguntas. Eu faço perguntas sobre a história, sobre os personagens, sobre as doutrinas ou temas dentro da história, sobre como aplicar o texto na vida real de crianças de 5 e 3 anos de idade. Além de perguntas sobre o texto em si, os nossos filhos também memorizam o Catecismo Para Crianças Pequenas de Chris Schlect. Não posso exagerar sobre a importância dos catecismos no lar. Alguém já disse: “A pregação sem catecismo é como construir uma casa sem preparar a fundação.”. Certamente isto é verdade. Outros recursos úteis são O Grande Livro de Perguntas e Respostas (Sinclair Ferguson), o Meu Primeiro Livro de Perguntas e Respostas (Mackenzie Carine) e Grandes Verdades Para Corações Jovens (Bruce Ware).

8. Oração da Família

Então todos oramos. Nós fazemos pedidos de oração (isto é importante porque as crianças precisam ver o papai perguntando a mamãe sobre o que ele deve orar por ela). Então cada um de nós oramos. Às vezes eu peço as crianças para orarem por determinadas coisas. Às vezes eu peço ao mais velho para orar pelo mais novo. Às vezes eles querem recitar a Oração do Senhor (o que significa que você precisa ajudá-los a memorizá-lo quando eles tiverem dois ou três anos). Às vezes ela é espontânea.

Mães e pais, é preciso guardar este momento para que as crianças não cresçam para desprezá-lo. Este precisa de ser um momento encorajador, gracioso, divertido, amoroso, às vezes simples, paciente e frutífero. Seja honesto uns com os outros. Ensine seus filhos a serem cuidadosos, como ser sensíveis às necessidades dos outros, como articular o que estão sentindo. Faça discípulos.

9. Hora de Dormir

Agora é hora de dormir. Amo essas crianças. Abraços, beijos, cócegas e carinhos adoidado.

10. Explícitos VS. Implícitos

A maior parte da rotina descrita acima é de um treinamento explícito de devoção. No entanto, cada um desses elementos se encaixam no mosaico do que significa fazer parte de nossa família. Estes elementos explícitos terão efeitos limitados (não o suficiente) se não forem emparelhados com o bojo do desenvolvimento espiritual diário que são mais sutis e práticos.

Os aspectos implícitos são as constantes oportunidades para ouvir os seus filhos, para conversar com eles, para lhes falar de Jesus, para falar sobre algo que você leu na Bíblia, algo que você descobriu sobre Deus, para conectar os pontos entre o jantar e a adoração, para viver uma vida de celebração e de sacrifício.

A legitimidade do seu “tempo devocional” será tão sólida quanto for a legitimidade da sua “vida devocional”. Em outras palavras, eu colho os ricos benefícios espirituais às 19:30 todas as noites porque eu cultivei o solo naquela manhã, durante o dia, no jantar, e assim por diante. Tempo de qualidade não substitui a quantidade. Na verdade, você só pode apreciar a qualidade, pois você investiu na quantidade. O implícito é o alicerce que sustenta o resto, acontece que a maioria das pessoas não vê a fundação, por isso é fácil de ignorar.

Por favor, saibam, eu falho muitas vezes. Preciso de muita graça. Deus me deu uma esposa e filhos perdoadores e pacientes. Maridos/pais, esta é a obra mais importante que você jamais irá fazer, e vai ter mais impacto do que qualquer coisa que você possa imaginar. Mulheres/mães, incentivem o seu marido na liderança, crie condições para que ele possa ter sucesso. Casais, sejam pacientes e tolerantes. Não sejam míopes. Amem uns aos outros. E saboreiem seu tempo juntos.

Que Deus também ajude a nós pastores e as nossas famílias também.