Tradução para o português do artigo
Is TV Really So Bad do Pastor
Joel Beeke.
(Nota do tradutor: Acredito que muito do que foi escrito neste artigo pode hoje ser perfeitamente aplicado a outras formas mais modernas de entretenimento, tais como COMPUTADOR, VIDEO-GAMES, INTERNET, YOUTUBE, JOGUINHOS ONLINE, etc. Portanto, sugiro que ao ler este artigo, tenha também em mente estas as outras opções de distração, além da TV)
Estamos vivendo em um mundo contaminado pelo pecado, moralmente degenerado e louco por prazer. Nossa sociedade cada vez mais anseia por entretenimento, divertimentos e passatempos.
Qual é o objetivo deste espírito de “entretenimento-sem-parar”? É manter o homem moderno alegremente ocupado.
Em certo sentido, o entretenimento atinge o seu objetivo. Ele de fato mantêm milhares e milhões de pessoas ocupadas.
O próprio sentido das palavras revelam este fato. A palavra “diversão” vem originalmente do francês e significa literalmente “olhar fixamente para impedir a reflexão ou o pensar.” A palavra “passatempo” dispensa explicação. Significa matar ou usar o tempo como uma coisa de pouco valor, simplesmente para fazer o tempo passar. A raiz da palavra “entretenimento” significa “desviar”. Assim, isso implica em algo que nos afasta ou desvia-nos do mundo normal, da vida real cotidiana.
Em outras palavras, entretenimentos, brincadeiras, passatempos são coisas que nos mantêm ocupados – ocupados evitando a realidade da vida e a verdade definida na Santa Palavra de Deus. Estas coisas nos mantêm ocupados impedindo que pensemos na eternidade, no inferno, no paraíso, no pecado, em Deus, em Cristo, na salvação, sobre nós mesmos, e especialmente na necessidade que temos de um novo coração.
Mas se o entretenimento consegue atingir seu primeiro objetivo de manter o homem ocupado, ele falha miseravelmente em seu segundo objetivo: manter o homem
alegremente ocupado. Nunca houve tanta inquietação, insatisfação, e sim,
infelicidade – apesar dos milhões de pessoas que mergulham de cabeça no entretenimento moderno. Apesar de nossa libertação da pobreza, da nossa variedade de oportunidades em quase todos os aspectos da vida e, além disso, do nosso sorver contínuo de entretenimento – nenhuma Era têm sido tão infeliz quanto a era do homem moderno.
O entretenimento nunca satisfaz – ele sempre deixa uma sensação de vazio para trás. Quanto mais ele é praticado e quanto mais se depende dele, mais vazio ele se torna.
Ele transformou a nossa sociedade em um objeto digno de pena, porque somos vítimas do nosso próprio sistema. A sociedade percorre o ciclo completo, da “fome pelo prazer” passando pela “mania de prazer” até o “tédio no prazer”.
Mas você sabe o que é ainda pior? Não só o mundo, mas também a igreja começou a descer na ladeira escorregadia do entretenimento que só pode terminar em pecado, e em resultados desastrosos.
Satanás não se satisfaz apenas com as igrejas liberais. Ele também em nosso meio. Nós que acreditamos que a verdade ainda é pregada em nosso meio – que conhecemos tão bem o que está escrito na Palavra de Deus: “Desviar-se de toda aparência do mal”, que lemos sempre, “Não terás outros deuses diante de mim” – também estamos começando a nos tornar vítimas do deus idólatra do entretenimento.
Passo-a-passo, alguns estão começando a procurar novidades (dentro e fora da igreja) que possam nos entreter e nos manter ocupados. Passo-a-passo a antiquada mensagem do evangelho simples, com sua ênfase na necessidade de conversão, está cada vez mais sendo esquecida. Muito menos tempo tendo sido gasto orando juntos como família, lendo livros religiosos com os nossos filhos, conversando sobre assuntos espirituais no círculo familiar.
Acaso não somos todos culpados? Acaso todos nós não falhamos em vivenciar a realidade da seriedade da vida, da morte, do juízo final e da eternidade? Hoje em dia vivemos em uma sociedade despreocupada, de galhofa, mas você nunca leu na Bíblia que Jesus considerou a vida como algo suave. Pelo contrário, com referência especial aos nossos dias, Ele disse: “Vigiai e orai, para que não entreis em tentação”
Contudo, pela nossa natureza, nós não vigiamos. A pergunta que costumamos fazer é: “Até que ponto eu posso ir sem cometer pecado?” ao invés de, “Até onde posso fugir do pecado e evitar a aparência do mal?”
No cerne do espírito moderno do entretenimento está a TELEVISÃO
(ver nota do tradutor). Este é um fato óbvio. Hoje os aparelhos de televisão estão em 97% dos lares dos norte-americanos e 91% do tempo total diante da TV é dedicado exclusivamente para fins de entretenimento. Vício em entretenimento e vício em televisão não podem se separar um do outro.
A nossa sociedade tornou-se viciada em TV. Nas noites em que as mulheres não saem de casa, 95% delas vão gastá-lo assistindo TV e 85% de seus maridos farão o mesmo. Entre os adolescentes, 80% vão seguir o exemplo de seus pais, e 75% das crianças irão passar a noite bebendo do pecado exibido na TV.
Há pessoas, no entanto, que não acreditam que a televisão se torna um objeto de escravidão no lar, e por essa razão temos que considerar o seu poder nos lares onde ela entra. Vou tentar mostrar-lhes a partir de fatos simples que um dono de uma televisão em geral se torna viciado em TV com relação a (A) TEMPO, (B) PECADO, e (C) CONTROLE.
(A) TEMPO. Um telespectador comum gasta em média 5 horas e meia por dia assistindo televisão. Quando um jovem americano comum chegar aos 65 anos de idade, ele terá gasto 14 anos de sua vida assistindo TV (em comparação com apenas um ano na igreja, escola dominical e catequese, se ele freqüentar assiduamente todos estes). Nos EUA as crianças de 3 a 5 anos gastam 54 horas por semana assistindo TV, o que representa 64% do seu tempo total acordado. Quando um estudante conclui o ensino médio aos 17 anos de idade, ele terá gasto 11 mil horas de sua vida na escola, porém terá gasto 22 mil horas assistindo TV. Toda vez que um adulto se senta para assistir TV, ele ou ela fica em média 3 horas e meia assistindo antes de desligá-la. As crianças ficam grudadas na TV em média por 2 horas e meia por sessão. Com exceção do tempo gasto dormindo, o americano comum gastará mais tempo em sua vida assistindo televisão do que em qualquer outra coisa – sim, mais tempo na TV do que trabalhando. Acaso nossa sociedade não é viciada em TV com relação ao nosso precioso tempo dado por Deus?
(B) PECADO. A TV é uma enxurrada de pecado. Ela entorpece seus observadores contra todos os dez mandamentos.
Primeiro mandamento: Tudo o que colocamos acima de Deus se torna um ídolo. O homem moderno tornou-se viciado em TV priorizando-o em relação à Deus.
Segundo mandamento: Na prática a TV tornou-se uma imagem esculpida nos corações da maioria dos seus telespectadores.
Terceiro mandamento: A TV faz com que seus ouvintes se acostumem a ouvir o nome do Senhor ser usado em vão. A profanação é utilizada tantas vezes que ela se torna uma coisa inofensiva. Poucos telespectadores percebem que cada vez que eles de bom grado vêem e ouvem essas coisas, todos estes pecados são atribuídos à eles, em virtude de sua participação voluntária.
Quarto mandamento: Até mesmo o Dia do Senhor não é santo o bastante para os viciados em TV conseguirem mantê-la desligada, e mesmo uma pequena parcela que a mantêm desligada por causa da consciência, geralmente nutrem o desejo e o anseio por ela mesmo no Dia do Senhor.
Quinto mandamento: A TV faz tudo menos honrar pai e mãe. Ela sempre degrada a paternidade e a maternidade, e até mesmo freqüentemente glorifica a desobediência dos filhos. A vida familiar, o respeito à autoridade e obediência ao governo são repetidamente violados nos programas de TV.
Sexto mandamento: Ao invés de “não matarás”, um estudo chegou à conclusão que ao completar 14 anos de idade uma criança já foi exposta à pelo menos 18.000 ataques violentos e assassinatos. Outro estudo confirmou que uma criança comum entre 5 e 13 anos de idade engole 1.300 assassinatos a cada ano, de tal modo que a violência, assaltos e assassinatos não transmitem mais a mensagem do pecado e suas conseqüências. Assassinatos, ódio e ações e palavras violentas passaram a assumir o papel de um comportamento normal. Um programa infantil comum contém em média trinta e oito atos de violência por hora (programas de adulto: vinte). Um juiz da cidade de Nova York, que passou a sua vida inteira nos tribunais julgando menores delinqüentes e adolescentes criminosos disse claramente que aqueles que investigaram a situação sabem que a TV é a principal causa do crime. Outro juiz disse: “Pais, uma hora de televisão pode ensinar a seus filhos mais sobre crime, rebelião e sexo do que vocês podem compensar em meses, se vocês se dedicarem a isso.”
O problema com a violência na TV é que ela não mostra as suas reais conseqüências. A culpa que fica na alma do assassino, a família enlutada, as crianças órfãs, os hospitais cheios e os sepultamentos solenes não são exibidos. Especialmente nos programas infantis a violência muitas vezes é totalmente irreal. Seus heróis são freqüentemente esmagados ou despedaçados e, momentos depois, reaparecem incólumes. A TV glorifica a violência artificial em vez de mostrar a violência real com todas as suas horríveis e terríveis conseqüências de longo prazo. Acaso é de se espantar então que tem havido milhares de exemplos de tragédias em todo o país quando as crianças têm brincado de “TV” juntas?
Sétimo mandamento: Como pode o telespectador permanecer puro no que diz respeito ao sétimo mandamento, quando 7 em cada 8 referências ao ato sexual na TV acontece entre aqueles que não são casados? Como ele pode permanecer puro quando o telespectador assiste em média 3 vezes a cada hora uma cena de má conduta sexual entre adultos solteiros? Como ele pode manter a moral quando inúmeras circunstâncias, conversas, roupas indecentes, ações e comportamentos apontam para a excitação e a aceitação de pecar contra o sétimo mandamento de uma forma falsa e irreal?
Oitavo mandamento: Pode se passar uma hora na TV na qual os atores não furtem sem se envergonhar perante a sua audiência? Não é de se admirar que milhares de furtos na vida real têm imitado as artimanhas de heróis da TV.
Nono mandamento: Mentir para um vizinho se tornou uma forma de comportamento normal, aceitável, e até mesmo esperada em programas de televisão.
Décimo mandamento: Cobiçar é uma palavra desejável para os telespectadores. Constantemente eles são relembrados por meio de um fluxo interminável de anúncios de produtos que eles nunca serão felizes sem possuí-los. Há sempre algo que eles têm que possuir que eles ainda não têm. Os próprios programas não são uma exceção. Em muitos programas de TV o seu tema principal é um homem cobiçar a esposa de outro homem (ou vice-versa).
Do começo ao fim a TV glorifica o pecado. Na TV a única coisa que é “pecado” é a moralidade. A TV aplaude o pecado, aprova o pecado e força seus telespectadores a minimizarem o pecado através de dezenas de milhares de incontáveis repetições. A vida da família tradicional é constantemente desprezada como sendo antiquada: a paternidade é substituída pelo heroísmo através de caminhos pecaminosos; a maternidade é rejeitada como sendo algo que exige demais; obediência das crianças é ridicularizada por ser chata demais no entretenimento.
A TV tornou-se um catálogo de pecados e todos os estudos revelam que a coisa está ficando cada vez pior. Ela se tornou a sala de aula do diabo. O diabo é inteligente o suficiente para misturar a programação com um pouco de religião, e ocasionalmente até mesmo com um pouco de moralidade, para tranqüilizar a consciência o suficiente para que a TV não seja jogada fora. Acaso a TV não vicia nossa sociedade com respeito ao pecado quando ela fomenta a luxúria, perverte a moral, apresenta impurezas como se fosse amor, representa assassinato como sendo emocionante, exalta a nudez e a indecência como sendo beleza, e procura legitimar todo o tipo de pecado contra todos os mandamentos de Deus?
(C) CONTROLE. Neste ponto o vício se torna ainda mais grave. Milhares de brigas familiares ocorrem regularmente porque nenhum acordo pode ser feito sobre qual programa assistir. Nos lares americanos 35% das refeições são feitas na frente da TV. Todas as noites milhares de pais sabem que os programas que irão passar são desmoralizantes e prejudiciais para seus filhos, mas mesmo assim eles estão tão ansiosos por desfrutar o pecado que está contido nos programas que muitas vezes deixam seus filhos assistirem também, não tendo poder para controlar a TV.
Pessoas que dizem que podem controlar a TV geralmente estão falando idealisticamente, não de forma realista:
(1) Nosso coração natural ama o pecado, nossos ouvidos ouvem para o pecado, nossos olhos olham para o pecado. Isso é exatamente o problema com a TV. Não é o aparelho televisor em si que é o problema, mas é o nosso coração. A TV mostra o que o coração do homem quer ver. Nós já temos “TV’s” suficientes em nossos corações sem ter que comprar uma para a nossa casa. É o nosso “coração televisivo” que está inclinado à TV. Nós não nos consideramos superiores a um telespectador – exatamente o oposto. Queremos nos humilhar tanto ao ponto de confessarmos que não podemos confiar em nosso próprio coração com tal instrumento na nossa casa.
(2) Quem é capaz de impedir que o pecado brilhe diante deles na tela a qualquer momento, seja através do programa que está sendo observado ou através da propaganda?
(3) Pode uma pessoa que possui um aparelho de televisão há algum tempo e, conseqüentemente, tornou-se endurecido para muitos pecados, realmente estar qualificada para saber o que é necessário para “controlar”?
O homem não tem controle sobre a TV. A TV é que o controla. Um estudo que foi realizado irá provar este ponto. Cerca de quatro anos atrás, em St. Catharines, Ontário, a manchete do jornal dizia: $500 pagos para a eliminação da TV. O artigo explicou que um estudo foi feito em Detroit, no qual o objetivo era descobrir até que ponto as pessoas são controladas pela TV. 250 famílias foram cientificamente selecionados de diversas raças e classes e a elas foi oferecido 500 dólares para que eles vivessem sem o seu aparelho de televisão durante um mês. Depois de 30 dias eles receberiam a TV de volta, e receberiam os 500 dólares como prêmio. Dos 250, apenas 50 famílias concordaram em participar. Quantas famílias “conseguiram” atravessar esta provação de 30 dias? Apenas 8! As outras 42 perderam os 500 dólares em algum momento do mês – uma família pediu a sua TV de volta no dia 29. As 8 famílias que conseguiram foram entrevistadas extensamente. Todas disseram que a família ficou mais unida sem a TV. Seis pais disseram que aprenderam a conhecer os seus filhos. Um pai disse: “O dia que eliminados nossa TV de casa foi o primeiro dia em 25 anos que ninguém foi morto na sala de estar, nenhuma sirene soou, nenhum tiro disparou, nenhuma alegria artificial nos disse qual é momento que deveríamos dar risada, e ninguém esfaqueou mais ninguém.” E qual foi o resultado final dessas 8 famílias, das quais 7 disseram que sua vida familiar era muito mais gratificante sem TV? A última linha do artigo disse: “Todas as oito famílias pegaram a TV de volta”.
Vício em televisão. Saber que a TV faz mais mal do que bem, e ainda assim mantê-la – isso é escravidão.
Caro amigo, peço-lhe que se desfaça de sua TV hoje com os seguintes fundamentos:
(1) É contra a Palavra de Deus. No Salmo 119 o Senhor nos manda desviar os olhos da vaidade. Toda a Bíblia fala contra a televisão por causa de sua lista interminável de males.
(2) A pecaminosidade da televisão traz danos para a sua própria alma. Todos os estudos seculares e / ou religiosos revelaram os efeitos da TV. Já que você sabe que somos filhos caídos de Adão e Eva, corruptos e sujeitos a cair, porque você desnecessariamente alimenta sua própria natureza corrupta com ainda mais corrupção através deste instrumento de pecado?
(3) Estudos sobre a televisão revelam que a TV também prejudica o tesouro de Deus da vida familiar e da comunhão. Só isso já deveria ser motivo suficiente para eliminar a TV imediatamente.
(4) Ao manter a televisão você está pisando e lutando contra sua própria consciência.
(5) Você está desperdiçando seu precioso tempo dado por Deus, do qual você terá que prestar contas um dia. Não seria muito melhor que você gastasse o seu tempo lendo as Escrituras, bons livros ou ouvindo sermões gravados?
Faça um favor a si mesmo: pelo amor à Palavra de Deus, amor à Igreja, amor a sua própria alma, amor a sua família, por causa da sua consciência, se desfaça da sua televisão hoje. Faça isso permanentemente antes de se tornar seu escravo ao longo da vida.
Finalmente, que essa se torne a nossa oração com Davi: “Não porei coisa má diante dos meus olhos. Desvia os meus olhos de contemplarem a vaidade.”.
(Pilgrim's Gate; Condensado)
(Este artigo da Fair Dinkum, Free Autralian Magazine, edição 52. Todas as estatísticas foram retiradas a partir de estudos realizados entre 1979 e 1999).
Traduzido por Daniel Gomes Silveira (xdanielgs@gmail.com)